sábado, 1 de setembro de 2012

DM 1


Diabetes tipo1 (DM1), é uma doença auto-imune ocorre quando as células de defesa do organismo (sistema imune) produzem substâncias (anticorpos) que atacam, por engano, partes do próprio organismo. Desse modo, no caso do DM1, tais anticorpos acabam por atacar e destruir as células beta do pâncreas que produzem a insulina, causando a falta desse hormônio no organismo, conseqüentemente o organismo é incapaz de absorver glicose da corrente sanguínea, e o resultado será falta de energia, cansaço fácil, muita sede, fome intensa e perda de peso. Geralmente ocorre em crianças, adolescentes e adultos jovens. Estes pacientes necessitam de controle na alimentação com no mínimo cinco pequenas refeições diárias juntamente com o tratamento médico.

Mesmo com o uso de medicamentos, é fundamental ter uma alimentação sem açúcar e com alimentos ricos em fibras. O diabético que conhece a sua doença e cumpre um tratamento dietético bem orientado por nutricionista pode viver tranquilamente uma vida normal em todos os aspectos semelhantes ao indivíduo não diabético.



Quais são os sintomas do DM1

Os sintomas são muitas vezes leves e sutis, mas podem ser muito mais severos (principalmente no início da doença). Alguns sintomas clássicos são:

- sede excessiva;

- fome excessiva (especialmente após as alimentações);

- boca seca;
- náuseas e vômitos;
- dor abdominal;
- necessidade de urinar muitas vezes e em grandes quantidades;
- perda de peso sem explicação (mesmo comendo bastante e sentindo fome);
- cansaço e fraqueza;
- visão borrada;
- respiração difícil e pesada;
- infecções muito freqüentes da urina, vagina (candidíase vaginal) ou da pele.

Os sinais que indicam uma emergência no diabetes tipo 1 - ou seja, a necessidade de atendimento médico imediato - são os seguintes:

- tremores e confusão;
- respiração pesada, difícil, acelerada;
- mau hálito (cheiro de “maçãs podres”);
- dor abdominal intensa;
- perda de consciência (incomum).


Como é o tratamento
Muitas pessoas com diabetes tipo 1 têm vidas longas e saudáveis. A chave para manter a boa saúde é manter os níveis de glicemia sempre dentro dos valores considerados como alvo. Quem determina esses valores-alvo de glicemia é o médico, mas geralmente os valores desejáveis para a glicemia são os valores normais ou o mais próximo possível do normal.
Atingir e manter esses valores é uma meta que pode ser alcançada com o planejamento cuidadoso das refeições, da prática de exercícios físicos e do uso de insulina. Todos os pacientes com diabetes tipo 1 precisam usar injeções de insulina (geralmente 2 a 4 doses por dia) para controlar sua glicose sanguínea, uma vez que seus organismos não são capazes de produzir a própria insulina, como ocorre em pessoas sem diabetes.
Também é preciso medir os níveis de glicose regularmente e fazer ajustes na insulina, alimentação e atividades para manter a glicemia normal no dia-a-dia.

Quais são as complicações do DM1
As principais complicações do diabetes são as seguintes:

a) Retinopatia - É uma doença da parte de trás dos olhos (as retinas). O controle adequado da glicemia, o manejo da hipertensão e a regulação dos lípides sanguíneos (colesterol e triglicérides) são importantes medidas na prevenção da retinopatia. Todo paciente com mais de 5 anos de diabetes tipo 1 deve fazer, uma vez por ano, um exame especial para avaliar o comprometimento da retina: é o chamado exame defundo-de-olho, ou fundoscopia.

b) Nefropatia - Cerca de 35 a 45% das pessoas com diabetes tipo 1 desenvolvem uma doença dos rins, chamada nefropatia diabética. O risco para doença renal aumenta com o passar do tempo e se torna mais importante após 15 a 25 anos de diabetes. Os rins passam a funcionar menos, podendo até chegar à falência completa - a chamada insuficiência renal, que em alguns casos obriga o paciente a fazer sessões de hemodiálise ou diálise peritoneal para substituir a função dos rins. Essa complicação também pode ser prevenida pelo controle glicêmico adequado e o tratamento correto da hipertensão arterial e do colesterol. Infelizmente, diabéticos com nefropatia apresentam um risco muito elevado de outras doenças sérias, como o infarto do miocárdio e a retinopatia. O primeiro sinal de nefropatia diabética, na maioria dos casos, é o aumento da perda de proteínas, principalmente a albumina, na urina. Por isso, pacientes com diabetes tipo 1 há mais de 5 anos devem fazer todos os anos um exame que avalie a perda de albuminúria na urina, o que é feito com coleta de toda a urina produzida durante 12 ou 24 horas.

c) Neuropatia - O diabetes pode afetar também os nervos, principalmente em extremidades do corpo como os pés e as mãos - uma complicação conhecida comoneuropatia diabética. O dano aos nervos provoca alterações da sensibilidade, sendo que os pés e mãos podem tornar-se mais insensíveis (“dormentes”) e deixar de sentir calor, frio ou dor. Assim, o paciente com neuropatia pode machucar os pés e não sentir dor nenhuma, o que aumenta o risco de infecção, bolhas, calos, deformidades e até mesmo de amputação. Outros sintomas de neuropatia podem ser: dor em queimação nas plantas dos pés, principalmente à noite; formigamento, pontadas, cãibras nas pernas, etc. A neuropatia, assim como a nefropatia e a retinopatia, podem ser prevenidas pelo adequado controle da glicemia. Há várias medicações que podem aliviar os sintomas da neuropatia, uma vez que ela esteja instalada, tais como: a carbamazepina, a amitriptilina e a gabapentina. 
Além dos pés e mãos, outros órgãos também podem ser acometidos pela neuropatia, tais como: o trato digestivo (provocando náuseas, vômitos, diarreia e/ou má-digestão); o coração (levando a variações muito grandes da pressão arterial), e o sistema gênito-urinário (podendo causar perda ou retenção de urina e impotência sexual).

d) Má circulação - Os vasos sanguíneos de todo o corpo, principalmente as artérias, também podem ser afetados pelo diabetes tipo 1, levando a problemas de circulação principalmente nas extremidades (pés). Com isso, a cicatrização de feridas é muito comprometida. A má circulação, associada à perda de sensação dolorosa característica da neuropatia, leva ao aparecimento do chamado pé diabético - um pé frágil, com grandes chances de complicações sérias como: infecção, gangrena, necrose e amputação. O pé diabético é uma das maiores causas de amputações em membros inferiores (pés, pernas) na atualidade.

Controlando sua glicose
Verificar sua glicose em casa e anotar os resultados ajudam a controlar melhor o diabetes. Fale com seu médico sobre a frequência com que deve verificar a glicose.

Um aparelho chamado glicosímetro mede os níveis de açúcar no sangue. Existem diferentes tipos de aparelhos. Geralmente, fura-se o dedo com uma pequena agulha chamada lanceta para obter uma gota de sangue. Coloca-se o sangue em uma tira reagente que é inserida no aparelho. O resultado é obtido em 30 - 45 segundos.

Mantenha registrados os níveis de glicose para você, seu médico ou enfermeira. Isso ajudará caso tenha problemas em controlar seu diabetes tipo 1. Você e seu médico devem estipular determinados valores para seus níveis de glicose em diferentes horas do dia. Também deve ser planejado o que fazer quando a glicose estiver muito baixa ou muito alta.

A baixa concentração de glicose no sangue é chamada de hipoglicemia. Níveis de glicose menores do que 70 mg/dL são muito baixos e podem causar danos.

Insulina
A insulina baixa os níveis de açúcar no sangue, permitindo a passagem do açúcar do sangue para as células. Todas as pessoas com diabetes tipo 1 devem tomar insulina todos os dias.

A insulina é geralmente aplicada por via subcutânea. Em alguns casos, uma bomba aplica insulina continuamente. A insulina não é encontrada em comprimidos.

Os tipos de insulina variam conforme o tempo necessário para começar a fazer efeito e a duração desse efeito. O médico escolherá o melhor tipo de insulina e determinará a que hora do dia deve ser aplicada. Mais de um tipo de insulina podem ser combinados em uma aplicação para controlar melhor a glicemia. Poderá ser necessário tomar insulina de uma a quatro vezes ao dia.

O médico ou um enfermeiro ensinará a aplicar as injeções de insulina. No início, as injeções de uma criança podem ser aplicadas por um dos pais ou outro adulto. Ao completar 14 anos, a maioria das crianças já aplica as injeções sozinha.

Pessoas com diabetes devem saber como ajustar a quantidade de insulina que tomam:
Ao se exercitar
Quando estão doentes
Quando comerem calorias a mais ou a menos
Ao viajar

Dieta e exercícios
Pessoas com diabetes tipo 1 devem se alimentar o mesmo número de vezes todos os dias e tentar comer os mesmos tipos de comida. Isso ajuda a impedir que o nível de açúcar no sangue fique muito alto ou baixo.

Exercícios regulares ajudam a controlar os níveis de açúcar no sangue. Também ajudam a queimar gorduras e calorias extras para alcançar um peso ideal.

Consulte seu médico antes de iniciar um programa de exercícios. Pessoas com diabetes tipo 1 devem tomar precauções especiais antes, durante e depois de atividades físicas intensas.


Escolher muito bem os alimentos

Coma alimentos variados, verduras, legumes, frutas, feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, carnes magras, leite e derivados desnatados e cereais ricos em fibras.

Uma boa alimentação é composta de carboidratos, proteínas e gorduras, de forma balanceada:



- Carboidratos – proporciona a maior parte da energia que necessitamos. A alimentação diária nos oferece os carboidratos na forma simples (açúcar refinado e mascavo, mel, cana-de-açucar, doces, refrigerantes) e o amido, presente nos pães, bolachas, cereais matinais, aveia, arroz, milho, macarrão, farinha de trigo, de mandioca e de milho, batata, mandioquinha e mandioca. 



- Proteínas – estão presentes nas carnes de boi, aves, peixes e frutos do mar, nos ovos, queijos, leite, feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, soja e fava.

Os carboidratos e as proteínas devem ser consumidos em quantidades adequadas para você, ou seja, as necessidades destes nutrientes são individuais.

- Gorduras – o consumo deve ser moderado para as gorduras saudáveis como óleos vegetais (soja, arroz, milho, girassol, gergelim e azeite) ou evitado (manteiga, banha, gordura de carne, creme de leite, maionese, coco, gordura vegetal hidrogenada e os alimentos que a contêm).

Quantidade de alimentos
O nutricionista poderá avaliar se você deve recuperar ou perder peso e orientá-lo quanto a quantidade dos alimentos, sempre aliados aos exercícios físicos.

No tipo 1, a insulina deverá ser ajustada à quantidade de alimentos que ingere. Comer a mesma quantidade de alimentos todos os dias torna mais fácil manter a correspondência entre insulina e os alimentos.

Contagem de Carboidratos
Comendo uma quantidade planejada de carboidratos em cada refeição e lanches você pode controlar sua glicemia ao longo do dia. O nutricionista determinará o total de gramas de carboidratos que você deverá ingerir em determinada refeição ou lanche, com base na medicação, exercícios, peso corporal e no controle glicêmico.

A contagem de carboidratos é um método de alimentação que oferece variedades em suas escolhas e flexibilidade na sua alimentação. 

Você irá escolher e preencher as necessidades de carboidratos.

Quando ingeridos, os carboidratos são quebrados em pequenas moléculas e são absorvidos na corrente sangüínea, aumentando sua glicemia. As proteínas e gorduras não aumentam tanto a glicose no sangue como os carboidratos, porém estão presentes nos alimentos, possuem calorias e se consumidos em excesso podem levar ao aumento de peso.

Com o auxílio de um nutricionista você saberá o total de escolhas de carboidratos que você poderá ingerir. Assim, você saberá quantos gramas de carboidratos ingerir em cada refeição e lanches. Você poderá substituir e incluir alimentos de sua preferência.

Leia as informações dos rótulos dos alimentos para saber quanto contém de carboidrato em cada porção. 

Quando comer
Procure alimentar-se nos mesmos horários. Quando há um atraso ou falta de uma refeição, a taxa de glicemia pode diminuir muito, principalmente se você usa insulina.
O ideal é fazer 3 refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) com lanches leves nos intervalos, inclusive antes de dormir. 

Nos restaurantes
- Prefira os alimentos grelhados ou assados.
- Peça o tempero das saladas em separado.
- Leve sempre um lanche com você caso aconteça alguma troca de planos.- Recomenda-se evitar as bebidas alcoólicas que podem abaixar muito o nível da glicemia. 
- Leia os rótulos dos produtos light e diet, nem todos são indicados.
- Diminua a ingestão de sal e gordura trans, reduzindo o consumo de alimentos industrializados. A maior parte dos conservantes contém sódio que é a parte do sal que faz aumentar a pressão arterial. As gorduras trans aumentam o colesterol ruim (LDL colesterol) e reduzem o bom (HDL-colesterol).



O Profissional Nutricionista poderá ajudar a reformular seu hábito alimentar, através da prescrição de uma dieta individualizada.

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